Que ele é um especialista no passe e dá segurança ao levantador William, todo mundo já sabe. A novidade é a marca que Filipe, um dos maiores ponteiros passadores do país, atingiu neste ano. O cruzeirense, que defenderá o Sada Cruzeiro em mais uma final de Superliga neste domingo, 12, às 10h, diante do Sesi-SP, é hoje o terceiro maior pontuador da história da competição.

Filipe marcou 3494 pontos nas 15 edições que disputou. Ezinho, hoje líbero no Montes Claros, lidera o ranking com 3.728, seguido pelo oposto Lorena com 3.513. E além dos números, o ponteiro tem um importante papel no grupo estrelado. É ele quem incendeia o elenco em quadra e também a torcida, que responde prontamente quando o guerreiro chama.

Filipe é o terceiro maior pontuador da história da Superliga – Foto: Renato Araújo – Divulgação Sada Cruzeiro

“Essa marca é um reconhecimento do meu trabalho. Muita gente só considera o meu passe e esquece que eu também tenho o fundamento ataque. Eu já trabalhei com treinadores com quem não construi uma ligação tão bacana porque queriam que a minha função no time fosse exclusivamente o passe e isso me incomodava. Mas esse número é fruto do meu esforço, dedicação e comprometimento no dia-a-dia. Apesar de não ser o primeiro ponteiro de ataque nas equipes que passei, sempre busquei desempenhar o melhor possível e essas estatísticas só comprovam que nesses vários anos de voleibol eu consegui fazer isso”, avaliou o camisa 18 do Sada Cruzeiro.

Nas cinco temporadas jogando pela equipe celeste, Filipe conquistou um Mundial, dois Sul-Americanos, uma Copa Brasil, cinco vezes o Campeonato Mineiro e duas a Superliga. Agora, vai em busca do tricampeonato nacional, no Mineirinho. E ele adianta que a sede por mais esse troféu é tão grande quanto a que sentiu pela primeira taça que levantou.

“Acho que cada título vem de uma forma diferente e tem um sabor único. Quando ganhei o meu primeiro troféu com o Sada Cruzeiro, parecia a primeira vez que levantava uma taça na vida. E essa sensação se repetiu por muitas vezes aqui. Eu traço isso como meta, a cada objetivo alcançado fica o desejo de conquistar mais um”, disse Filipe, que credita parte do sucesso dos últimos anos ao técnico Marcelo Mendez.

“O Marcelo agregou muito valor a mim, na forma dele comandar, enxergar o jogo da forma como ele enxerga”, contou o artilheiro que, em 16 anos como profissional, sempre se destacou por um grande aproveitamento no passe e por figurar no topo das estatísticas de recepção.

E, segundo ele, vestir a camisa com cinco estrelas no peito desde 2010 contribuiu muito para alcançar os números expressivos. “O Sada Cruzeiro chegou na minha vida para ficar. Durante os dez anos que joguei em São Paulo, fiquei no Santo André durante três e depois troquei de equipe em cada ano, até por opção sempre de buscar algo mais, de evoluir, mas quando eu vim para o Sada as coisas mudaram. Eu me identifiquei muito com o clube, com as pessoas que aqui trabalham, com o profissionalismo e comprometimento de todos. Foi diferenciado, é uma família que me abraçou e atendeu a todas as minhas expectativas de clube, de me deixar livre para fazer o meu trabalho da forma como eu sempre joguei e acho que com isso, eu ganhei e o time também, pois pôde contar com um atleta mais completo, mais tranquilo e espero poder trazer muitas alegrias aqui ainda”.